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Onde se aprende?

João Mendonça

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Onde se aprende? A pergunta que se responde com escola, também é a que se faz quando se questiona mais. Existe um lugar de aprendizado onde não é preciso provar nada? Um lugar onde a construção seja mais que teoria. Onde a imaginação traga algo além da matéria. Um espaço onde se desenham capacidades, onde os aprendizados tenham casa própria e não vivam de aluguel. Será que eu preciso deste tópico no próximo mês?

Debruçar-se sobre um assunto como se fosse parapeito de uma sacada para o horizonte em meio a outros edíficios que erguemos. Fazer do que se aprende ainda mais que um hábito, incômodo onde habito e busco. Que nosso olhar seja mais que globos oculares correndo telas e espaços curtos, que seja um prisma, outro prisma capaz de dividir e observar as cores á luz do conhecimento.

Dizem também que, ao sonharmos, nossos olhos vão de um lado a outro bem rápido, como se estivéssemos lendo ou imprimindo uma memória. Não sei ainda o tamanho deste lugar onde se aprende, não dá para dizer. Soube que cabem sonhos e que estes são mais que úteis para se entender. Ei, abstrair é diferente de distrair. O astigmatismo que tenho é um desvio na forma do olho, perco o foco. Como preciso, alguns também precisam de lentes. Talvez esteja longe. Talvez sejamos míopes.

Sei que lá, onde se aprende, não é um lugar que possa ser visto assim pelos nossos olhos. Mesmo vendo, seria só um reflexo. Como você se vê? É bem aí que se aprende. Lendo dentro. Aliás, é por isso que a conversa é uma viagem, uma ponte. Saímos de nosso lugar de aprendizado para visitar outro. Há quem chame de empatia. Já prefiro chamar de: uma caminhada. Daquelas tranquilas, com pausas para olhar em volta e que se faz junto.

Somos universos. Fascinantes como o ceú estrelado que nos faz sentir em casa. Será que tem alguém nos vendo pelo telescópio? Não estamos tão longe assim. Aquela estrela cadente pode estar a anos-luz de nós e nos colocar mais próximos do que a gente deseja.

Aqui se aprende. Esta é a mensagem que gostaria que estivesse naquelas cápsulas que enviamos ao espaço na esperança de que nos conheçam melhor.
Saibam que há muito por explorar aqui. Dentro de nós. Bem aqui.

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João Mendonça

Onde eu for escrito como abreviatura quero ser lido por intenso.